CAPÍTULO 6

      Ok, muita calma nessa hora. Estou acostumada a viajar bastante, mas tudo isso é muito real. Muito concreto, com muito sentido. Acho que eu só preciso entender o que é vivenciar o amor em diferentes momentos de uma vida. Quer dizer, desde que a gente nasce a gente experimenta de alguma forma o amor. É, ainda que a gente não lembre. Ainda que tudo pareça ter sido apagado da nossa caixa de lembranças. E depois, bom, depois a gente consegue sentir com mais intensidade essa sensação tão boa de se apegar a outros corações, conforme a gente vai crescendo. É claro que o amor sempre é o mesmo, ele não muda a sua tradução, mas diferente dele, nós sim mudamos, e passamos a sentir todas as coisas de formas diferentes.
       Às vezes mudamos para menor intensidade e em outras para maior, mas a verdade é que sempre estamos exercendo o amor, porque não enjoamos dele. De uma forma ou de outra, sempre amamos, e parece que somos viciados nisso. Tem gente que ama um Cactus, gente que ama seu bichinho de estimação, e não precisa ser um cachorro não! Tem gatinho, porco, papagaio e até pato! Tem gente que ama comida, e gente que ama amigo virtual que nunca conheceu. Tem amor para todo o lado, mas o mais importante é que todo mundo ama amar.
     Quer saber de uma coisa? Agora eu também amo esse apartamento, vai ser meu novo lugar favorito no mundo. Pelo menos, é algo que agora eu sei que é meu. Só meu. É como um depósito de emoções e tesouros. Bom, você sabe que emoções também são tesouros, né? Se não sabia, agora está sabendo. Fascinada com esse mundo inteiro de possibilidades que eu ganhei conhecendo algo que embora eu já conhecesse, de certa forma ainda não conhecia, eu dei o suspiro mais longo da minha vida, e ele traduziu um livro inteiro de emoções. Eu estava mais viva do que nunca.

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