CAPÍTULO 3

        O anoitecer de 25 de abril já era banhado pela Lua, os carros andavam em suas fileiras usuais a cerca de 40km/h e os restaurantes esbanjavam aromas e sons de risadas, que chegavam até mim em uma velocidade superior a daqueles que transitavam pelas ruas. A tristeza transbordava por meus olhos e eu sentia uma tremenda solidão. Eu decidi então mergulhar nas mais diversas aventuras amorosas que eu pudesse encontrar pela internet. Eu sou viciada em livros desde meus 13 anos, quando fui obrigada a ler para apresentar resumos na escola. E isso tem significado e sentido para mim e para minha vida. Os livros me fizeram me afogar no amor e me atirar em encontro aos meus sonhos mais estimados, que permanecem até hoje. Livros às vezes contam só histórias, e em algumas outras, estórias, mas eles também são a base da formação de novas vidas, estimulantes no que diz respeito a acreditar que o mundo pode ser um lugar legal e impactante de se viver. Bem, mas minha carreira como devoradora de livros começou com Diário da Princesa II: A princesa sob os refletores, da Meg Cabot, e esta mesma senhora é a responsável por me fazer acreditar em contos de fadas, ainda que distorcidos, e com largas pitadas de decepções e barreiras. No entanto, neste começo de noite, eu resolvi não voltar às raízes e me lançar em um território desconhecido.
        Olhando títulos e mais títulos de livros, com suas respectivas sinopses, eu percebi que eu era muito mais movida pela emoção do que pela razão. Começando que eu nunca dei bola para a história em si, de nenhum livro, muito menos para o título, e sim para a capa. Sim, eu conheço a frase que diz para nunca julgar um livro pela capa, mas eu decido o que ler por meio dela. Sabe por que? Porque eu escolho as capas que me fazem contar histórias sobre elas sozinha, e aí eu posso me surpreender com os enredos escolhidos pelos autores quando eu os ler. Decidi, então, parar com a busca por algo interessante, e corri para produzir eu mesma esse conteúdo que eu tanto sentia vontade de possuir. Fui até a fonte de inspiração para tudo o que eu faço: a minha janela. O cheirinho de comida boa e aquelas risadas estavam pedindo uma história de amor. Duas pessoas totalmente opostas e perdidas? Talvez uma garota que queria ser livre como um pássaro e por isso tinha medo de se prender a alguém e um garoto que já entendia que o amor liberta? Quem sabe?! Era preciso apenas respirar bem fundo, fixar nas janelas iluminadas do prédio, fechar os olhos por um segundo e então acordá-los em outro universo.

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